25 de jul. de 2013

O doce sabor das conquistas!

Foi nesta mesma data, num dia 25 de julho, há exatos 20 anos, em 1993, que eu conquistei a realização profissional mais importante da vida: o título de campeão brasileiro open, na Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Somente na minha categoria, se não me falha a memória, tivemos a participação de 132 atletas de todos os estados litorâneos do país. O torneio começou com ondas pequenas e terminou com ondas grandes e cascudas. Quebrei uma prancha ao meio, perdi um relógio, tomei vários caldos, mas após disputar 10 baterias, veio o tão sonhado posto de campeão nacional!

Foi uma alegria indescritível subir ao pódium com a bandeira do Estado de São Paulo aos meus ombros. A sensação foi de dever cumprido após passar uma temporada treinando na Califórnia e ter que trabalhar pesado em lava-rápido e em outros “bicos” para manter a minha estadia na “terra do Tio Sam”!!!

Depois disso, veio um período intenso em que acumulei muita experiência no surf, vivendo da minha imagem, com muitas viagens internacionais e vários outros títulos nas mais diversas categorias que o esporte nos proporciona.

Com o tempo, fui deixando de ser um exímio competidor e passei a ser chamado de “big rider”, surfista que desafia ondas grandes. Foram 16 viagens ao Havaí para sustentar esse rótulo! Muito mais do que eu pedi a Deus quando criança! Obrigado Senhor!

Com o advento dos campeonatos universitários no meio do surf, ganhei uma bolsa 100% para representar uma universidade de Santos, e foi a oportunidade que Deus me deu para ter formação superior e abrir minha visão cidadã.

Com o apoio da Unimonte, consegui ser campeão paulista no meu primeiro ano do curso e em seguida comecei a treinar atletas aqui no município onde resido, em São Vicente. Em pouco tempo já estava engajado nas questões sociais e abri uma escola gratuita de surf, que durou até pouco tempo atrás, sob o nome de “Projeto Educando na Água”.

Cheguei até a candidatar-me a vereador, tendo em vistas, inicialmente, as dificuldades encontradas no tocante o apoio ao esporte. Encontrei muitas resistências, o que é normal, mas foi um grande aprendizado, porém, tive muitos votos, sobretudo, na segunda tentativa. Concomitantemente, graduei-me em Jornalismo e fui provisionado em Educação Física para atuar como instrutor de surf – foram mais duas grandes conquistas em minha vida! Obrigado Senhor!

Passaram-se os anos, meu comprometimento social avançou, afinal, quando acaba uma missão, já começa outra. Há poucos anos, por vários motivos, entre eles, compreender melhor o convívio entre os seres humanos e o desejo de conhecer os caminhos da justiça, matriculei-me no curso de Direito.

No início foi muito difícil conciliar as atividades diárias com os estudos. Como sou muito realista, sempre evitei as colinhas, aliás, não tenho o mínimo interesse por elas. Talvez por isso, minhas notas vinham sempre baixas, quando boas, entravam na média regular e eventualmente saia uma nota excelente. Cheguei a acumular seis dependências, fora as adaptações pendentes por ter cursado grade curricular diferente nos seis primeiros meses, em outra universidade.

No terceiro ano do curso dei uma guinada, era o “tudo ou nada”. Encarei aquilo como a maior onda a ser “dropada” em minha vida, pois tinha a obsessão de tornar-me um advogado. Passei a estagiar como conciliador no Juizado Especial Cível (JEC) e a frequentar a biblioteca do campus. De lá pra cá, a Universidade Santa Cecília (Unisanta) virou minha terceira casa (a segunda é a da sogra...rs).

No quarto ano, assumi a presidência do Centro Acadêmico e, em meio as atividades, cursava 15 disciplinas, pois precisava “matar” as DPs para não deixar nada acumulado no quinto ano. Passei o primeiro semestre do ano passado cursando de manhã, de noite e aos sábados. Ao fim, comemorei efusivamente a eliminação de todas as DPs.

Já esse ano, foi o ano da virada, como será dito abaixo, razão pela qual compartilho com meus amigos esta mensagem, pois creio que, com tanta história vivida, certamente alguém - com sonhos e dificuldades semelhantes - poderá tirar proveito, visto que, o grande legado que um ser humano pode deixar, não são os bens materiais, e sim o contrário.

Em retomada, após cursar 13 disciplinas nesse primeiro semestre, eliminei as duas últimas adaptações do primeiro ano e me classifiquei com uma soma surpreendente de notas excelentes para um aluno que desde o início era só mais um. Foram nove notas 10, quatro 9,5, duas 9,0 e mais um “tantão” de 8,5, fazendo que, pela primeira vez no curso, eu passasse sem precisar fazer qualquer prova de exame.

A maré boa resultou em duas grandes realizações neste mês de julho: 1) a convocação da Unisanta para participar do Projeto Rondon, no Pará. Onde pude exercitar a cidadania com um grupo de estudantes universitários com mais de 500 rondonistas de várias instituições do Brasil, levando experiência às comunidades com baixo índice de IDH na região amazônica; 2) a classificação no X Exame OAB, após acertar 46 questões na primeira fase e tirar uma nota 8,05 em Direito Civil, na segunda fase.

Esse último item, talvez a maior conquista da minha vida, pois é o caminho natural para se tornar um advogado, sendo muito difícil ser aprovado sem sequer ter terminado o curso. Cabe lembrar, que eu ainda preciso terminar os estudos esse ano e entregar a monografia de conclusão para retirar a carteira OAB. Todavia, a apreensão que nos acomete com o dito Exame de Ordem, será agora uma mera recordação para o futuro!

Afinal, foram anos a fio de muita história, com sangue, suor e lágrimas. Só esse semestre fiz muitas renúncias, quase que um isolamento geral do mundo. Mas valeu a pena, eis que o tsunami do Exame da Ordem foi enfrentado e, com a força de Deus, da minha família e dos amigos que positivaram a “vibe” na gente, consegui me superar e atingir grande parte das metas desenhadas lá atrás. Uma agradável sensação de dever cumprido tomou conta de mim. É como se eu ganhasse os melhores presentes às vésperas de meu aniversário, que será no próximo dia quatro de agosto.

Por fim, tenho que agradecer a todos, mas especialmente a Deus, por tanta saúde e misericórdia; a minha família, nas pessoas da minha, esposa, sogra, vó e mãe por diversas razões; aos colegas alunos do curso e do estágio, que muito me ajudaram na caminhada emprestando os cadernos, passando matérias, nos trabalhos em grupo, provas em dupla, etc; a Unisanta e aos seus professores, por oferecerem-me um nível máster de ensino; ao JEC, na pessoa do Rafael, por servir-me como centro extensivo de estudos; e a Rede LFG, onde pude aprender técnicas apuradas para classificação na segunda fase do X Exame OAB.

A mensagem que deixo é: Creia em Deus, acredite em seus sonhos, construa desafios, ofereça a Deus suas renúncias, ame ao próximo e lute com todas as suas forças para conquistar seus objetivos - jamais perca sua esperança! Ninguém precisa ser perfeito, basta paixão pelo que você faz! Dedico a minha mais recente conquista ao meu saudoso pai, Rafael Fischer, que há cinco anos nos deixou para virar um anjo. Recebam todos o meu forte abraço e vamos em frente!

Daniks Fischer